domingo, 14 de dezembro de 2008


Bem a segunda era suposto tambem correr bem, não tinha a certeza de querer ou não mas pensei porque não? sempre quis ter três filhos e aos 25 anos parecia a altura perfeita, o Gonçalo tinha 4 anos.
Na passagem de ano de 1996 descobri que estava grávida, tinha bebido bastante e no dia seguinte nao parava de vomitar e isso nao era normal em mim. Pensei, boa carla grande asneira bebes e agora estás grávida.
Fiz o teste na semana seguinte e deu positivo, mas algo em mim dizia que tudo estava errado e a minha vida era como ver um filme a passar ao lado.
A primeira ecografia que fiz só veio confirmar o feeling que sentia, o técnico olhou para mim e disse " vou passar uma carta à sua médica de familia para ser seguida pela genética, o seu bébé não está bem, tem uma translucência muito aumentada, mesmo que ela nao o faça vá voçê própria marcar a consulta para ser seguida." Claro que chorei, mas o meu instinto dizia, não é desta , esta gravidez é para esquecer, e eu só sentia isso, o resto era secundário.
Quando comecei a ser seguida na Genética fiz outra ecografia, onde se detectaram algumas máformações, estava com 13 semanas, a TN era de 6 e o bébé tinha hidrotorax, pé boto e um edema generalizado. Propuseram-me fazer a amniocentese, a qual tinha de esperar até às 14/15 semanas mais ou menos, mas médica que me fez a eco disse-me à parte fora do gabinete " Carla tudo indica que este bébé não é viável, não se deixe iludir é muito nova para um peso tão grande."
Fiz a amniocentese, mas deu tudo normal, não era nenhuma trissomia, mas as malformações que tinha a menina(sim a tão sonhada Joana) fazia dela um bébé não viável, além do que já disse tinha uma mal formação cardiaca, comunicação intra-auricular, mas tudo isso me passava ao lado tudo o que eu sentia era que a hora não tinha chegado e assim decidi que mais tarde a Joana viria para a minha vida.
Fiz a interrupção às 20 semanas, internaram-me junto de outras mães e provocaram-me o parto, tive dilatação e o feto foi expulso, ainda hoje me lembro das dores de um parto sem filho, é a pior das dores na alma e no corpo.
Não quis ver, só o facto de ter passado por tudo isso foi o sufeciente, mais tarde ia tentar outra vez, porque não sou de desistir, e afinal segundo os médicos isto acontecia uma vez em mil, não era genético por isso podia tentar outra vez, e lá fui eu.

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